O tempo que Eriksen passou como prisioneiro é descrito em um livro de Kristian Anker Olsen, que foi publicado dez anos depois em conexão com o 50º aniversário da Hydro:

Havia um campo de oficiais americanos bem ao lado do campo para oficiais noruegueses. Dada a capacidade dos americanos de distinguir entre o importante e o não importante, não foi difícil para o diretor gerente Eriksen convencê-los de que ele era um prisioneiro político civil. Ele deixou claro o quão importante era para ele chegar a Londres o mais rápido possível para entrar em contato com as autoridades norueguesas e aliadas e fazer os arranjos necessários para o novo início da Norsk Hydro como uma empresa de exportação norueguesa livre em uma área que claramente desempenharia um papel vital na recuperação da Noruega e da Europa Ocidental. E assim, o diretor gerente da Hydro foi libertado e voltou ao trabalho mais cedo do que teria sido possível de outra forma.

Em 1º de junho de 1945, Bjarne Eriksen estava de volta ao comando da Hydro. Havia muito a fazer. A empresa sofreu danos consideráveis durante os anos de guerra. A reconstrução havia começado, mas muito ainda estava por fazer. Os danos causados pelas bombas sozinhos foram avaliados em NOK 23,7 milhões (quase EUR 3 milhões na taxa de câmbio de 2003).

Clareza primeiro, depois reconstrução

O trabalho de reconstrução acabou custando NOK 50 milhões (cerca de EUR 6 milhões na taxa de câmbio de 2003). A Hydro tinha cobertura de seguro - inclusive contra danos de guerra - mas acabou pagando um terço dos custos. O faturamento anual da empresa nos anos seguintes a 1945 foi de cerca de NOK 150-200 milhões (EUR 18-25 milhões).

Foi, é claro, necessário resolver questões de propriedade e outros problemas complexos que surgiram da guerra: uma emissão forçada de ações em 1941, confisco de ações, pagamentos de compensação, etc. Nesse contexto, o Estado assumiu uma participação de 46 por cento na Hydro. Muitas decisões formais foram tomadas na assembleia geral da empresa em 1946.

E então expandir

Houve uma considerável superprodução de nitrogênio na arena internacional logo após a guerra. A administração da Hydro acreditava, no entanto, que a demanda aumentaria e que seria melhor a longo prazo ser um grande produtor do que um pequeno. Na segunda metade dos anos quarenta, a produção de nitrogênio aumentou na Alemanha Oriental e Ocidental, e especialmente nos EUA. Os riscos envolvidos na expansão da capacidade eram significativos.

No entanto, a Hydro considerava que tinha uma vantagem em sua energia hidrelétrica. E assim foi decidido - a Hydro se expandiria.

Novos projetos foram estabelecidos: aumento da produção de nitrogênio, aumento da produção de fertilizantes complexos (NPK), uma nova fábrica de sal para estradas e uma fábrica de ácido fórmico. Então, havia planos para uma fábrica de fertilizantes em Glomfjord, no norte, e fábricas de magnésio e cloreto de polivinila (PVC) em Herøya.

É claro que o crescimento exigia investimento, mas, no geral, a posição financeira da Hydro era boa. Mesmo durante os anos de guerra, a empresa havia obtido lucro, exceto no ano de produção muito dramático de 1943/44. A empresa tinha crédito e, além disso, era possível pagar grande parte dos novos investimentos com capital próprio.

Crescimento através do poder

O acesso da Hydro à energia hidrelétrica forneceu a base para o crescimento industrial. Durante os anos de guerra, um projeto havia sido iniciado para desenvolver Mårvatn, a 1.200 metros acima do nível do mar, e cerca de 80 quilômetros a leste de Rjukan. A Hydro agora via isso como um projeto óbvio a ser executado.

Mårvatn havia sido assumida pelo estado após a guerra. Mas já no verão de 1945, um acordo foi assinado que garantia à Hydro a cobertura total dos custos para concluir o projeto. Um acordo mais extenso foi garantido antes do final do ano. Agora a expansão industrial em Telemark poderia começar.

Lucro de quarenta por cento

Os primeiros dez anos após a Segunda Guerra Mundial foram notáveis em todos os sentidos. A empresa fez pesados investimentos, a produção aumentou, o faturamento passou de cerca de NOK 120 milhões (EUR 15 milhões na taxa de câmbio de 2003) no exercício financeiro de 1945/46 para cerca de NOK 400 milhões (EUR 50 milhões na taxa de câmbio de 2003) no exercício financeiro de 1954/55. O faturamento total durante esse período foi de NOK 2 bilhões (cerca de EUR 250 milhões na taxa de câmbio de 2003). O lucro operacional foi de quase NOK 840 milhões (cerca de EUR 100 milhões na taxa de câmbio de 2003). É claro que o câmbio era consideravelmente mais alto do que é hoje.

O número de funcionários aumentou de cerca de 2.500 em 1945 para cerca de 5000 em 1955. Os números falam por si mesmos. Estes foram anos de grande expansão e altos retornos, tanto para a empresa quanto para os acionistas.

O programa de expansão e novas construções de dez anos que começou em 1945 exigiu um investimento de NOK 600 milhões (cerca de EUR 74 milhões na taxa de câmbio de 2003). Isso foi o dobro do valor investido nos 40 anos anteriores.

Esses investimentos foram principalmente em conexão com:

• instalações hidrelétricas e outras em Rjukan;
• novas fábricas em Glomfjord;
• ampliação das plantas de amônia em Rjukan em conexão com o aumento de energia equivalente às extensões em Herøya para processamento de amônia de Rjukan e Glomfjord;
• conclusão e início da produção de magnésio em Herøya;
• nova planta de produção de PVC em Herøya;
• fábrica de fertilizantes NPK em Glomfjord;
• melhorias de eficiência;
• nova fábrica de sacos e workshop central em Notodden;
• instalações de bem-estar, etc.