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O projeto Travessia Barcarena apresentou resultados excelentes após 11 meses de confecção de máscaras de proteção não médicas para ajudar a combater a pandemia de Covid-19. Ao todo, 120 costureiras foram envolvidas na iniciativa, sendo que 73 participaram efetivamente da confecção de 170 mil máscaras. A inclusão socioeconômica das mulheres das comunidades do município representou um acréscimo de renda de mais de R$ 180 mil. A maioria das costureiras se encontrava em situação de desemprego de longa duração, ou seja, há mais de ano, agravada no período de pandemia. 

Realizado pelo Programa Todos pelo Trabalho, Alunorte e Albras, com apoio da Iniciativa Barcarena Sustentável (IBS), o projeto conta com apoio financeiro do Fundo de Sustentabilidade Hydro (FSH) e PPA Solidariedade. “Ficamos felizes em contribuir para o desenvolvimento do município com soluções efetivas para o momento. A iniciativa veio para movimentar a economia local e favorecer famílias que mais impactos sofreram em suas fontes de acesso ao trabalho e geração de renda devido à pandemia”, afirma Eduardo Figueiredo, diretor executivo do Fundo de Sustentabilidade Hydro.

Geração de renda - As costureiras que aderiram ao projeto declararam ter alcançado aprimoramento das suas habilidades em confecção e costura. Levantamento realizado pelo projeto, identificou que, do público-alvo do projeto, 37% registram renda de um a dois salários mínimos e outros 24,7% conseguem entre meio e um salário mínimo, por mês. “A confecção de máscaras veio nos salvar”, afirma a costureira Maria Elisabeth Araújo Dias. Antes da pandemia, ela tinha produção garantida e fazia coleções inteiras. A queda na renda veio acompanhada de outra preocupação: ela acabara de trazer de São Paulo três netos, devido às dificuldades da filha. Além da ajuda financeira à família, o trabalho realizado na própria casa fortaleceu os vínculos entre eles. “Foi muito bom. Tive tempo para conversar com eles, contar minhas histórias. Hoje não vejo minha vida sem meus netos por perto”, acrescenta.

Quando entrou para o projeto, Rodineia Barros Costa não “costurava para fora”, como diz, e pensava que faria as máscaras de um jeito próprio, sem seguir um padrão. Usou a renda na compra de uma máquina nova para seguir costurando, agora profissionalmente. Ela também ajudou na reforma da casa da família, no bairro Vila Nova. “Estou muito feliz! Não pensava que receberia toda a formação e o apoio que recebi. Foi maravilhoso aprender, ver a importância do acabamento. O pessoal motivava a gente falando que nosso trabalho seria visto por muitas pessoas e isso nos valorizava. No começo, pensei até em desistir porque achava difícil, mas fui recebendo orientação, vendo os vídeos, conversando com as outras costureiras”, conta. 

Associações – O Travessia Barcarena reconhece que a parceria com as organizações comunitárias aproxima as suas ações das necessidades e realidades locais, possibilitando a solução de problemas de maneira criativa e inovadora. Para tanto, envolveu três entidades de Barcarena, respeitando de cada grupo, são elas: Associação Comunitária Luz Divina, Associação de Moradores Renascer em Cristo e Centro Comunitário Vila Nova. As associações foram beneficiadas diretamente com participação proporcional à contribuição das costureiras na confecção das máscaras. A cada máscara confeccionada pelas costureiras, a associação recebeu em transferência de recursos o valor de R$0,30, que serviram para subsidiar as atividades de articulação e de acompanhamento, assim como a realização de melhorias em suas sedes, de pinturas e reparos até a compra de móveis e equipamentos.

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